“Então veio a palavra do Senhor a Samuel, dizendo:

Arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir, e não cumpriu as minhas palavras. Então Samuel se contristou, e toda a noite clamou ao Senhor.

E madrugou Samuel para encontrar a Saul pela manhã: e anunciou-se a Samuel, dizendo: Já chegou Saul ao Carmelo, e eis que levantou para si uma coluna. Então voltando, passou e desceu a Gilgal’

1 Samuel 15:10-12

Hoje vamos ministrar algo sobre a vida real, focando em alguns personagens da Bíblia que foram colocados lá para que possamos meditar sobre suas condutas. Vamos falar sobre o rei Saul, o primeiro rei do povo de Israel após o período dos juízes, que exerciam o governo, realizavam julgamentos e administravam a justiça. Nesse contexto, o povo pediu por um rei, e, por meio do profeta Samuel, o Senhor atendeu o pedido, escolhendo e ungindo Saul como rei de Israel (1 Samuel 10:1). No verso 6 deste mesmo capítulo, a Bíblia explica as circunstâncias em que Saul foi ungido: ele saiu de sua casa para atender a uma ordem de seu pai para procurar mulas e chegou à cidade de Samuel, que o convidou para ficar. Samuel explicou o que Deus mandou dizer e então ungiu Saul como rei. Saul era muito jovem, e a partir desse momento ele começou a governar. De forma sobrenatural, o Espírito Santo tomou posse dele. Contudo, vale ressaltar que é nossa responsabilidade manter o Espírito Santo conosco. Veremos mais adiante que com Saul nem sempre foi assim, pois ele escolheu o contrário.

Em 1 Samuel 13:1, vemos que Saul começou a governar aos trinta anos e governou Israel por 42 anos. Ou seja, ele passou um tempo com o profeta Samuel antes de iniciar seu reinado. Antes de mergulharmos mais profundamente no conhecimento de Saul, vamos entender o poder sobrenatural da Palavra de Deus sobre esses personagens e sobre nossas vidas. Isso nos ajudará a lembrar que a biografia de Saul se ajusta perfeitamente à realidade de hoje. 

Deus usa constantemente a vida desses personagens bíblicos para nos ensinar, encorajar e, especialmente, nos advertir. Quem pode esquecer as verdades vividas por Davi, o sucessor de Saul, Ester, Moisés, Elias, Pedro e Paulo? Quando vemos essas realidades nos testemunhos de mulheres e homens reais, isso é muito mais edificante. Essas biografias bíblicas, inspiradas pelo Espírito Santo, insuflam verdades e tecem o fio da nossa vida, servindo como lições aplicáveis à nossa jornada cristã. A Bíblia, como o manual de treinamento de Deus para nós, está repleta de vidas que nos inspiram e instruem. Essa foi a maneira que Deus encontrou para manter nossa esperança viva através da Palavra.

Existem duas razões básicas para que Deus disponibilize o antigo testamento para o estudo e aplicação no nosso dia a dia: a primeira é para instrução do presente, toda vez que lemos alguma coisa da bíblia no antigo testamento remetemos atitudes do passado ao presente e assim possamos nos instruir. E a segunda é para esperança no futuro, motivos de olhar o passado e escolher melhor o futuro. Não podemos permitir que nosso espírito crítico nos leve a descartar esses ensinamentos. A dádiva de estudar as Escrituras nos permite aprender sobre Deus e como ter uma vida com Ele. E por que precisamos desses estudos? Porque eles nos instruem e capacitam nossa mente a aprender d'Ele, além de nos encorajar a perseverar na esperança de um futuro cada vez melhor.

Considerando as instruções acima, voltamos a falar sobre Saul, o primeiro rei instituído, que se deixou levar pelo poder. No sermão de hoje, temos o objetivo de mostrar as derrotas que uma pessoa enfrenta por não saber lutar contra si mesma, suas deficiências e falhas, especialmente em desvios de comportamento. Em vez de enfrentar suas próprias fraquezas, torna-se habilidosa em acusações e estratégias maldosas, com o objetivo de encobrir seus próprios defeitos de caráter. No entanto, Deus nos mostra que devemos agir de forma diferente.

Em 1 Samuel 15:1-23, é dito que a rebeldia é como o pecado de feitiçaria, e a arrogância, como o mal da idolatria. No meio evangélico, vemos muitas pessoas vivendo por suas próprias forças, onde Deus já não está mais presente, o que nos dá a impressão de que essas pessoas não receberam verdadeiramente Jesus e não nasceram de novo.

 Estamos diante de uma grande história de desobediência e mentiras, e nos deparamos com essas mesmas condutas hoje, semelhantes às de Saul. Presas nas armadilhas da inveja, essas pessoas exalam arrogância e auto idolatria, assumindo atitudes tolas de acusar os outros para encobrir suas próprias falhas. Assim, praticam feitiçaria, ocultando suas rebeldias por meio de ofensas e manipulações.

"Meia verdade é mentira inteira!"

Fingem ser leais, até ao ponto que seus interesses pessoais não sejam sobrepostos, acumulando maldições para si. Obediência pela metade é desobediência!

"Pequenas mentiras são tão pecado quanto uma grande mentira!"

Pessoas que tentam explicar o inexplicável — quantas vezes encontramos essas atitudes no nosso dia a dia. O principal defeito de Saul era a inveja de Davi, que passou a direcionar toda a sua vida com o objetivo de matá-lo. Há um protocolo divino a ser obedecido, presente na Bíblia. As consequências da conduta de Saul foram perder a presença do Espírito Santo, tendo seu reinado marcado por altos e baixos, rebeldias e mentiras. Isso gerou nele um caráter degenerado, vingativo e uma cegueira espiritual, que o levou a morrer pela sua própria espada.

Quantos de nós somos sequestrados pelo nosso próprio ego, sendo egoístas e cometendo o erro de comparar nossa vida com a dos outros, sem cultivar um coração de gratidão. A inveja é um veneno, e o antídoto chama-se gratidão — declarar constantemente um coração grato a Deus. Brigamos uns com os outros, sem travar a verdadeira luta interna para nos tornarmos mais semelhantes a Jesus Cristo.

Olhamos com muita facilidade os defeitos dos outros, mas temos grande dificuldade em reconhecer os nossos, entremeados de iniquidade. Devemos dizer à nossa alma: "Alma minha, pare com isso, dá-me um sentimento de gratidão, e não de rebeldia." Somos cristãos que precisam amadurecer quando confrontados, aprendendo a lidar com o rancor, as amarguras e as dores do passado, pois esses sentimentos nos cegam e nos tornam inconsequentes.

É fácil brigar com os outros, mas mudar a si mesmo é muito difícil. Buscar a melhoria do caráter e os dons do Espírito — como o amor, a longanimidade, o domínio próprio e a mansidão — nos conduz à santidade. Em Mateus 7:2-5, esquecemos as instruções de Jesus e julgamos aqueles que caminham conosco com nosso dedo acusador. Sempre encontraremos uma desculpa para não lutarmos contra a nossa alma, para não enfrentarmos o "leão do mal" que ruge dentro de nós. Mas temos o "leão do bem", que podemos alimentar com a presença do Espírito Santo, através do perdão, da obediência, da submissão e da adoração.

"É mais fácil lutar contra os outros do que lutar contra mim"

Saul encontrou uma maneira de justificar sua desobediência, assim como nós fazemos para não mudar nosso caráter. Precisamos ter uma vida de oração, jejum e adoração, pois é assim que Deus vai nos transformando. No entanto, entenda que Deus precisa encontrar um ambiente favorável para que possamos viver uma cura sobrenatural. Decidir obedecer é o caminho para o sobrenatural de Deus e para o milagre de Deus em nossas vidas.

Diga para si:

"Eu quero o sobrenatural de Deus dentro de mim, por isso Senhor nesta noite profética toca meu coração e arranca dentro de mim tudo aquilo que o Senhor não quer que eu viva, em nome de Jesus." Não rejeite a Palavra do Senhor!

Se você se reconhece nessas atitudes, têm a oportunidade de reconduzir sua rota, que necessita de arrependimento.

Somos chamados a viver uma vida de obediência. Somos a geração eleita, sacerdotes santos e o povo diferente que luta pela santidade todos os dias. Somos convocados a viver de tal maneira que o nome de Deus seja glorificado através da nossa maturidade espiritual. A Bíblia nos oferece uma vida para servir em amor, corrigindo a cada um de nós.

Versículos citados:

1 Samuel 10:1

1 Samuel 15:1-23

Mateus 7:2-5

Romanos 15:4