O acrisolamento do filho de Deus

Pastor Ademir Miliavaca
Publicado em 02/10/2025

Versículo base: Salmos 66:1-10

Para a nossa alegria, e principalmente para a de Deus, temos visto muitas pessoas crescendo e amadurecendo, passando por batalhas e permanecendo firmes. Apesar das dificuldades, continuam temendo a Deus. Em geral, Ele molda nossas vidas no secreto, refinando-nos pelo fogo. É dolorido, mas desse processo Ele extrai crescimento e maturidade em nós.

Estamos vendo muitas lutas, desânimos e inconformismos de pessoas que não entendem e não aceitam o processo de Deus em suas vidas. Nós também somos submetidos a processos, vivendo em uma geração depravada, que diz “não” para Deus e “não” para o amor. Entretanto, seguimos um Jesus que nos afirma: “Quanto mais se humilharem, mais Eu crescerei dentro de vocês”. Essa é a verdade do evangelho.

Muitos não suportam o processo de refino, mas a verdade é que somos refinados o tempo todo. Deus nunca deixará de insistir em nós, porque nos ama. Porém, Ele espera que respondamos a esses processos. O acrisolamento envolve etapas de crescimento, purificação e maturação. As pessoas acrisoladas estão passando pelo processo, atravessando o fogo, para serem purificadas. 

O crisol é um vaso feito de cerâmica, um recipiente que suporta altas temperaturas. Ele é usado para fundir, derreter e purificar materiais como a prata. Assim também, Deus nos refina por meio do acrisolamento, que representa as severas provações. As provações e aflições que enfrentamos carregam em si o agir, a palavra e a promessa de Deus sobre nossas vidas.

O salmista, no Salmo 66, inicia louvando ao Senhor e, no versículo 10, declara que Ele nos acrisola para extrair o melhor de nós. A prata, assim como qualquer outro metal, precisa ser refinada para se tornar valiosa. Da mesma forma, Deus nos vê, mesmo em meio à imperfeição e ao pecado, como pedras preciosas de alto valor. Porém, Ele só nos refina se permitirmos passar pelo processo de acrisolamento. Esse processo não é algo emocional, mas uma decisão. Vai doer, mas irá nos alinhar, pois mudanças são necessárias. 

Tudo o que vivemos nesta terra é temporário, mas tudo o que Deus diz sobre nós é eterno. Passar pelas altas temperaturas do crisol é doloroso, mas há valor sendo gerado. Durante o processo, o artífice permanece junto ao crisol, acompanhando e moldando a pedra, buscando retirar dela todas as imperfeições. O artífice das nossas vidas é o Espírito Santo.

Durante a purificação, o artífice espera e anseia pelo processo de maturação da jóia. Ou seja, vemos o Criador sofrendo com a criatura. A pedra bruta, nós, quando em processo de acrisolamento, passa por um momento de intimidade com o artífice, o Espírito Santo. Ele nos conhece por completo, em todos os aspectos, em todas as nossas imperfeições. 

Mas afinal, como o artífice sabe que a jóia está pronta? Será pelo tempo de trabalho? Pela experiência? Não! A jóia dá sinais ao artífice de que está pronta. Assim, Deus espera que nós nos manifestemos, dando sinais de que estamos preparados, quando começamos a refletir o caráter de Deus em nós. 

Para viver esses processos de purificação e maturidade, precisamos nos render, baixar a guarda e permitir sermos moldados pelas mãos de Deus. Precisamos crer e confiar sempre no Autor da obra. O crisol é o nosso lugar eterno, um lugar de refinação.

Enquanto vivermos, estaremos refletindo o rosto de Deus para o mundo e precisamos ser a resposta de Deus para muitos. Enquanto somos submetidos ao fogo, sabemos que somos profundamente amados por um Deus que não desiste.

Passar pela prova, pelo fogo, não é motivo para frases de efeito, mas um chamado a se submeter ao crisol por decisão própria, sabendo que, quanto mais passamos pelo fogo, mais somos purificados e refinados por Deus.

“O quanto estamos entregues a passar pelo crisol de Deus?”

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