Aprendendo a orar com Davi

Pastor Ademir Miliavaca
Publicado em 31/10/2025

Versículo base: Salmos 142:1-7

 

Ao ensinar a nós, cristãos, a nos protegermos, Paulo, apóstolo de Cristo, revela que a oração é como uma arma de guerra. Para vencermos as batalhas, os desafios, aquilo que está nos corroendo, nos destruindo e nos levando a inconstância, a oração é a arma mais eficaz e poderosa.

É preciso entender que a oração particular é a única coisa, acima das demais, que Satanás tenta impedir. Ele se aproveita das nossas desculpas, como o cansaço e a rotina, para usá-las como estratégias que bloqueiam a nossa vida de oração. Aos poucos, faz com que essa prática deixe de ser uma prioridade para nós. Se Satanás conseguir ser bem-sucedido nesse ponto, impedindo o cristão de orar, ele terá vencido em todas as outras áreas.

Portanto, é tempo de lembrarmos do poder e da força que a oração carrega. A Bíblia revela um grande exemplo de vida de um homem de oração e um homem de fé: Davi, um homem segundo o coração de Deus que sujeitava a sua vida inteiramente a Ele. Davi escreveu 73 salmos da Bíblia e todos eles possuem um fundo de oração, adoração e louvor, é como um arsenal de guerra para os filhos de Deus.

Em Salmos 142:1, vemos que Davi não apenas orava em pensamento, mas levantava a sua voz ao Senhor, expressando, assim, toda a angústia de sua alma. Esse é um exemplo de que não há problema em clamar a Deus em voz alta, pois Satanás pode ouvir o que falamos, mas não conhece o que pensamos.

Quando Davi escreveu o salmo 142 ele estava completamente angustiado, mas entendeu que a melhor arma para lidar com a sua dor era a oração. Ele enfrentou rejeições, traições e medos, e ainda assim foi poeta, adorador, um homem cheio do Espírito Santo e de fé.

A fé não é uma batalha, nem um peso, mas um dom de Deus. Ele dá fé a quem se entrega em rendição. A fé sobrenatural de Davi foi a decisão definitiva em entregar tudo nas mãos de Deus e viver em dependência total d’Ele antes, durante e depois. A única explicação não está no âmbito natural, mas em uma decisão de vida. A expressão maior do temor do Senhor é a fé. Se não tivermos temor do Senhor, não teremos fé. 

Em Salmos 142:2, vemos que Davi não se queixava diante dos homens, mas diante de Deus. Contudo, não expomos a nossa tribulação ao Senhor para que Ele a conheça, pois Ele é onisciente e onipotente, mas para que nós mesmos a vejamos. Essa é a vontade de Deus: que reconheçamos a nossa tribulação, para que possamos enxergá-la sob uma nova perspectiva.

Quando confessamos a Deus a nossa ira e a nossa amargura, Ele nos revela a verdadeira dimensão desses sentimentos. Muitas vezes, temos o hábito de ampliar a nossa tribulação, mas Deus conhece aquilo que nós mesmos não conseguimos enxergar. Ele nunca fecha os olhos, está sempre atento, constantemente em alerta.

Porém, às vezes, Deus precisa nos fazer sentir sozinhos para que a gente se lembre d'Ele. Há sempre um propósito nas ações de Deus. Em toda situação difícil há um ganho, toda situação ruim tem um lado bom. Qualquer coisa que nos leve a clamar a Deus é e sempre será uma bênção para nós. Spurgeon disse: “É melhor ser hostilizado por inimigos do que ser abandonado por amigos.”.

Quando estamos aflitos e angustiados, o ambiente ao nosso redor é afetado, mas quando Deus cura a nossa alma, mudanças acontecem. Quando saímos do cárcere, como diz Salmos 142:7, passamos a voar livremente no Senhor. Aquele que é liberto do calabouço das aflições, jamais pode se esquecer de glorificar o nome do Senhor. Davi reconhece no Salmo 142 que a verdadeira liberdade e gratidão só podem vir de Deus.

A nossa fé é saber que o nosso Deus é maior do que os nossos problemas. Que possamos compartilhar com Deus as nossas dores, pois Ele é o nosso refúgio. Se, de fato, aprendermos a orar, teremos em nossas mãos o poder sobrenatural de Deus.

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